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quinta-feira, março 27, 2008

Sobre Corromper a Palavra de Deus

John Wesley

'Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus'.
(II Corintios 2:17)-

I. Os métodos daqueles que corrompem a Palavra de Deus;

II. As marcas dos pregadores sinceros;

III. Os resultados e benefícios da sinceridade.

[1.] Muitos têm observado, que nada contribui mais para o sucesso de um pregador, com aqueles que o ouvem, do que uma opinião geral boa de sua sinceridade. Nada dá a ele maior força de persuasão do que isto; nada cria tanto uma maior atenção nos ouvintes, quanto uma maior disposição para melhorar. Quando eles realmente acreditam que ele não tem uma conclusão no discurso, mas que ele razoavelmente tem um objetivo, e que ele está desejoso que eles possam ver todos os passos que toma para a consecução daquele final, -- isto dá a eles uma forte presunção de que seja bom, tanto o que ele pretende, quanto o método que ele usa.

[2.] Mas como convencê-los com esta convicção, é a questão. Como podemos fazer com que eles tomem conhecimento de nossa sinceridade, se eles não atentam para ela em si mesmos? Um bom caminho, por mais que seja simples, é, francamente a abertamente declará-la. Existe alguma coisa nessas declarações, quando elas vêm do coração; fortemente insinuando-se dentro dos corações de outros. As pessoas de alguma generosidade que as ouvem, se acham quase que forçadas, a crerem nelas; e, mesmo estes que acreditam nelas, não são obrigados, na prudência, a não deixar transparecer sua incredulidade, uma vez que é uma regra conhecida que, quanto mais honesto um homem é, menos ele está apto a suspeitar de outro. A conseqüência disto é clara: quem quer que, sem prova, suspeita da sinceridade de seu próximo, dá uma prova provável de que ele julga o coração do outro, da falsidade de seu próprio coração.

[3.] Algum homem estaria tentado a suspeitar da integridade daquele que, sem prova, suspeitou da falta de integridade, em outro, que havia, razoavelmente e abertamente, professado os princípios nos quais ele agiu? Seguramente ninguém, a não ser aquele que corrompeu a Palavra de Deus, ou desejou que ela fosse corrompida, poderia suspeitar levemente tanto de Paulo ter feito isto, quanto de qualquer um que depois dele pôde usar sua declaração generosa: 'Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus'.

[4.] Não que o Apóstolo desejou, não mais do que seus seguidores ao pregarem o Evangelho, que eles pudessem confiar totalmente em suas palavras; pelo que, mais tarde, ele apelou para suas ações, com o objetivo de confirmá-las. E estes que, nisto puderam imitar a Ele, não precisaram suplicar aos homens para acreditarem na sinceridade deles. Se nossas palavras levarem o selo dela, assim como nossas obras, ambas falarão em voz alta, e claramente, de modo que toda pessoa, sem preconceito, deverá entender o que nós falamos em Cristo, como na sinceridade, e que, em assim fazendo, nós estamos na presença de Deus, cuja procuração nós carregamos.

[5.] Aqueles a quem o Apóstolo acusa de prática contrária; de corromper a Palavra de Deus, parece terem sido os judeus que, reconhecendo que Jesus era o Cristo, e seu Evangelho era divino, ainda assim, o adulteraram, entremesclando-o com a lei de Moisés, e suas próprias tradições. E, ao fazerem isto, o principal objetivo deles foi conseguir um benefício de Cristo; o que, conseqüentemente, os coloca debaixo da necessidade de esconderem a finalidade que eles propuseram, assim como os meios que eles usaram para obtê-la. Por outro lado, aqueles que pretenderam o bem da humanidade, estão, de modo algum, preocupados em esconder suas intenções. Se o benefício, que nós propomos ao falar, for para nós mesmos, será sempre nosso interesse mantê-lo privado. Se o benefício que nós propomos for para outros, sempre será nosso interesse torná-lo público; e, é de nosso interesse e de outros, tornarmos públicas aquelas marcas da distinção, por meio das quais podemos claramente saber quem corrompe a Palavra de Deus, e quem a prega na sinceridade.

I

[1.] A Primeira e grande marca de alguém que corrompe a Palavra de Deus, é introduzir nela as misturas humanas; tanto de erros [heresias] de outros, quanto de fantasias de sua própria imaginação. Fazer isto, é corrompê-la, no mais alto grau; é misturar com os oráculos de Deus, fantasias impuras, adequadas apenas para a boca do diabo! E ainda assim, isto foi feito, tão freqüentemente, que sempre raramente alguma opinião errônea [herética] foi, tanto inventada, quanto recebida, a não ser que as Escrituras fossem citadas para defendê-la.

[2.] E quando a impostura foi muito audaciosa, e o texto citado para ela pareceu muito claramente, tanto para ser desfavorável ao propósito ou não ter nada com ele, então, o recurso tem usualmente tido um Segundo método para corrompê-lo, misturando-o com falsas interpretações. E isto é feito, algumas vezes, repetindo as palavras erradamente; e, algumas vezes por repeti-las corretamente, mas colocando um sentido errado sobre elas; um que é tanto exagerado e artificial, quando estranho à intenção do escritor, no lugar de onde elas foram tiradas; talvez, contrário à sua intenção, naquele mesmo lugar, assim como ao que ele diz, em alguma outra parte de seus escritos. E isto é facilmente efetuado: qualquer passagem é facilmente pervertida, sendo recitada simplesmente, sem qualquer dos versos precedentes e seguintes. Por esses meios, ele pode parecer ter freqüentemente um único sentido, quando está claro que, observando o que vem antes e o que se segue depois, que ele realmente tem uma direção contrária. Por necessidade de observar que as almas descuidadas estão sujeitas a serem sacudidas com todo vento de doutrina, quando quer que eles caiam nas mãos daqueles que têm suficiente maldade e astúcia, assim, para adulterar o que eles pregam, e para acrescentar, aqui e ali, um comentário plausível com o objetivo de fazê-la sucumbir mais facilmente.

[3.] A terceira espécie desses que corrompem a Palavra de Deus, embora em um grau menor, do que os anteriores, são daqueles que assim procedem, não acrescentando a ela, mas tirando dela; dos que tiram tanto o espírito, quanto a substância dela fora, enquanto eles planejam profetizar apenas as coisas agradáveis, e portanto, disfarçam e dissimulam o que eles pregam para reconciliá-la ao gosto dos ouvintes. E para que eles façam da melhor maneira, eles comumente permitem que aquelas partes que não darão margem a disfarce algum continuem. Eles lavam suas mãos daqueles textos resolutos que não se submeterão aos seus propósitos, ou que, muito claramente, tocam nos vícios reinantes do lugar onde eles estão. Estes eles trocam por aqueles mais leves e tratáveis, que não estão tão aptos a causarem ofensa. Nenhuma palavra deve ser dita da tribulação e angústia denunciadas contra os pecadores em geral; muito menos do fogo inextinguível, que, se Deus for verdadeiro, aguarda diversas dessas ofensas particulares que têm caído dentro de sua própria observação. Mas eles seguramente podem ressoar contra aqueles que estão fora do seu alcance, e contra aqueles pecados que eles supõem nenhum dos que os ouvem são culpados. Ninguém os leva ao coração, para ouvirem aquelas práticas declaradas, com as quais ele não está preocupado em si mesmo. Mas, quando o golpe chega em casa, quando ele alcança seu próprio caso, então, ele se acha, se não convencido, insatisfeito, ou irado, e exasperado.

Estes são os métodos daqueles corruptores da Palavra, que agem, à vista dos homens, e não de Deus. Eles testam os corações, e não irão receber o serviço no qual apenas os lábios estão preocupados. Mas suas palavras não têm intercurso com seus pensamentos. Nem é apropriado para eles que elas possam. Porque, se a real intenção deles aparecer, uma vez, deverá ser um fracasso. Eles se propõem, é verdade, fazer o bem, através do Evangelho de Cristo; mas isto para si mesmos, e não para os outros. Ao passo que eles que usam da sinceridade na pregação do Evangelho, no bem de outros, buscam seu próprio bem. E que eles são sinceros e falam como oficiais autorizados, aos olhos Dele cuja autorização eles carregam, aparece plenamente da contrariedade direta entre a prática deles, e aquela dos dissimuladores acima descritos.

II

[1.] Primeiro, eles consideram que não é a própria palavra deles, que eles pregam, mas a Palavra Dele que os enviou. Eles a pregam genuína e sem mistura. Como eles, não apenas professam, mas realmente acreditam que 'se algum homem acrescentar à Palavra de Deus, ele irá acrescentar a ele todas as calamidades que estão escritas nela', eles temem fazer isto, de qualquer forma. Você tem o Evangelho deles, se, na maneira menos elegante, ainda assim, fiel ao que ele é; sem qualquer mistura de erros [heresia] para poluí-lo, ou mal entendido para causar-lhe perplexidade.

[2.] E explicada da maneira mais natural e óbvia, pelo que precede e pelo que se segue ao ponto em questão; e comentada a respeito, da maneira mais correta, a fim de que não esteja sujeita ao equívoco e corrupção, o resultado daqueles pontos paralelos que expressam a mesma coisa o mais claramente.

[3.] Eles também são tão cautelosos de subtrair dela, assim como, de acrescentar à Palavra que eles pregam. Eles não mais ousam, considerando sob cujos olhos eles se situam, dizer menos, ou mais, do que Ele tem designado a eles. Eles devem difundir, como as ocasiões próprias ofereçam, tudo o que está contido nos oráculos de Deus; quer agradável, ou ao contrário, não importa em nada, desde que seja inquestionavelmente verdadeiro e útil também: 'Porque todas as Escrituras são dadas pela inspiração de Deus, e elas são úteis, para a doutrina, reprovação, correção, ou instrução na retidão', -- tanto para nos ensinar no que devemos crer, ou o que devemos praticar, quanto para a convicção do erro, e reforma dos vícios. Eles sabem que não existe nada supérfluo nela, relativo à fé, assim como à prática; e, portanto, eles pregam todas as partes dela, embora aquelas mais freqüentemente e mais particularmente, que são mais particularmente necessárias onde eles se encontram.

Eles estão tão longe de se absterem de falar contra alguma maldade, só porque ela é moderna e acreditada onde a Providência os tem destinado; mas, por esta mesma razão, eles são mais zelosos ao testificarem contra ela. Eles estão tão longe de se absterem de falar de alguma virtude, só porque ela é antiquada e desacreditada onde eles estão situados, que eles, por conseguinte, mais vigorosamente a recomenda.

[4.] Por fim, eles que falam na sinceridade, e sob as vistas Dele, que lhes confia poderes, mostram que eles fazem exatamente da maneira como eles falam. Eles falam com clareza e audácia, e não estão preocupados em dissimular a doutrina deles, para reconciliá-la aos gostos dos homens. Eles se esforçam para colocá-la sempre na luz verdadeira, quer seja agradável ou não. Eles não irão, não ousarão, suavizar uma ameaça, como a subestimar sua força, nem representar o pecado, em tais cores suaves, como que para enfraquecer sua negridão nata. Não que eles não escolham suavidade, quando ela é igualmente efetiva. Embora eles conheçam 'os terrores do Senhor', eles desejam antes 'persuadir aos homens'. Este método eles usam, e amam usá-lo, como algo capaz de persuasão. Como algo que eles não estão obrigados, se eles forem fiéis para tomarem o curso mais severo. Que os difamadores olhem para isto; ele não causa dano a eles: e, se eles são culpados ou estão injuriados por assim fazerem, que os difamadores olhem para isto: permita que os ouvintes se adaptem à Palavra; a Palavra não deve, neste sentido, ser adaptada aos ouvintes. O pregador dela não estaria menos em falta, em uma subserviência escrava de um lado, do que em uma austeridade inflexível do outro.

III

[1.] Se nós, então, temos falado a Palavra de Deus; a Palavra de Deus genuína e não misturada, e isto tão somente; se nós não temos colocado interpretação artificial sobre ela, mas [temos] tomado as frases conhecidas em seu sentido comum e óbvio, -- e, quando elas foram menos conhecidas, explicado Escritura por Escritura; se nós temos falado a Palavra toda, como a ocasião oferece, embora preferivelmente as partes que pareceram mais apropriadas para coibir alguns vícios modernos, ou para encorajar a prática de algumas virtudes ultrapassadas; e se nós temos feito isto, claramente e corajosamente, embora com toda a brandura e gentileza que a natureza do tema irá suportar; -- então, acredite em nossas obras; se não, em nossas palavras; ou preferivelmente; acreditem nelas juntas. Aqui está tudo o que um pregador pode fazer; toda a evidência que ele tanto pode quanto precisa dar de suas boas intenções. Não existe caminho, a não ser este para mostrar que ele fala, sempre na sinceridade, como que autorizado pelo Senhor, e como que sob Seus olhos. Se existe alguém que, depois de tudo isto, não irá acreditar que é por seu interesse, não nosso, que nós trabalhamos; que nossa primeira intenção ao falar é indicarmos a ele o caminho da felicidade, e desobrigá-lo da grande estrada que conduz à miséria; nós estaremos limpos do sangue daquele homem; -- ele repousa sobre sua própria cabeça. Porque assim diz o Senhor que tem nos colocado como vigias sobre as almas de nossos compatriotas e irmãos: 'Se tu advertes o mau de seu caminho para fazeres com que ele o mude'; -- muito mais, se nós usamos todos os métodos possíveis de convencê-lo de que a advertência é de Deus; -- 'se ele não mudar seu caminho', -- o que certamente ele não fará; se ele não acreditar que nós estamos na sinceridade, -- 'ele deverá morrer na sua iniqüidade, mas tu terás livrado tua própria alma'.

[Números secionados (e outras inserções em colchete de variantes textuais de maior significado) segue a Edição Bicentenária]

[Editado por George Lyons na Northwest Nazarene College (Nampa, ID), para a Wesley Center for Applied Theology.]

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