SEJA BEM VINDO

Neste Blog você encontrará algumas matérias e estudos Bíblicos e também alguns estudos com conteúdos políticos e de interesse geral.
A intenção, mesmo que aos poucos, melhorarmos nossas visões limitadas do que é o cristianismo e partirmos em direção à santificação, à necessidade de meditação e estudo da
SANTA PALAVRA e também para que juntos com CRISTO
- possamos crescer de forma salutar e racional, ajudando uns aos outros. Espero que todos nós possamos ganhar com este Blog e seu conteúdo... Seja bem vindo e tire bom proveito!!!

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Como Mandar seus Filhos para o Inferno

por
Steve M. Schissel

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Pv. 22:6)
O provérbio acima é uma promessa ou uma advertência? Segundo o hebraico, a frase “no caminho em que deve andar” não está traduzida de maneira correta. Ela deveria ser “de acordo com seu próprio caminho”. Assim, você tem no capítulo 22, versículo 6, uma predição proverbial de que a criança educada e ensinada, desde o começo, a seguir seu próprio caminho, estará, para todo sempre, ligada a ele.
O provérbio pode ser visto como uma “promessa” encorajadora de dois modos possíveis. Um, o mais comum, o apresenta ensinando que se você “pai-storear” corretamente seu filho de acordo com o seu chamado da aliança, isto resultará em fidelidade eterna. A outra forma “positiva” de entendê-lo, revela um sentido diferente. Salomão aqui, estaria falando do reconhecimento, de antemão, da propensão vocacional existente em seu filho. Se esta propensão for cultivada, ela resultará numa devoção eterna e frutífera para o ofício escolhido. Como tal, o provérbio pode ser tomado como algum tipo de indução a um aprendizado precoce. Se você observa que seu filho gosta de cavalos, por exemplo, deixe-o, o quanto antes, ser treinado nesta área por um perito. A frase ensinar poderia ter então, o sentido de “dedicar” ou mesmo “estimular”. Deixe-o empregar seus dons naturais o quanto antes, e ele os usará naquela área por toda vida.
Mas há um terceiro modo de entender este verso, e esse não como uma promessa, mas como uma advertência. A Palavra pode estar nos ensinando que se você educar a criança de acordo com suas próprias (pecaminosas, naturais) inclinações, você a terá arruinado para a vida.
Assim, este provérbio poderia ser um complemento a muitos outros provérbios que tratam do mesmo assunto. Por exemplo, em 22:15 encontramos: “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” e em 19:18 há a admoestação: “Corrige a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo.” Dizendo enquanto há esperança, encontramos o autor sugerindo que haverá um tempo quando o treinamento ou a disciplina serão, humanamente falando, vãos, sem esperança, infrutíferos, inúteis. Se você deixá-lo seguir seus instintos corrompidos fora da porteira (conforme 22:6), mais tarde você não o terá de volta ao caminho.
Este último modo de interpretar Pv. 22:6 é o mais recomendado. Primeiro, ele permite a versão literal a fim de transmitir uma mensagem coerente, sem emendas. Segundo, ele é apoiado por instruções e admoestações muito similares quando o mesmo assunto (criação de filhos) é tratado no mesmo livro inspirado. Terceiro, e este é de vital importância ao testar a interpretação apropriada de um provérbio inspirado, é que ele é legítimo no que se refere à vida e a experiência comum. “Há pouca esperança para crianças que são educadas de maneira imprópria. Se a tinta respingou na lã, é muito difícil tira-la da roupa” diz Jeremiah Burroughs. E muitos são os que têm notado, como fez William Gurnall, que a “Religião cristã não cresce sem que se plante, mas murchará, mesmo onde foi plantada, se não for aguada. Ateísmo, irreligião e profanidade são ervas daninhas que crescerão sem semeadura, mas não morrerão sem que sejam arrancadas”. Deixe uma criança seguir seu próprio caminho quando for jovem e ela crescerá para ser um “jardim” de ervas daninhas.
Acima e abaixo de todas as possíveis interpretações de Provérbios 22:6, está uma pressuposição da maior importância: Como os pais lidam com as dificuldades de suas crianças. Aqueles que principiam seus conceitos com a eleição ao invés de com a aliança podem facilmente cair em alguma sorte de fatalismo não bíblico. Mas pelo fato de Provérbios (para não mencionar o restante das Escrituras) nos falar de diversas conseqüências provenientes de diferentes ações humanas, somos seguramente levados a crer que o modo pelo qual eu crio meus filhos é realmente um assunto muito importante, que, mais do que um modo de falar, pode muito bem influir na definição de onde eles passarão a eternidade.
Nunca é uma honra a Deus que Seu povo fale de Sua soberania de modo a desobrigá-los de suas responsabilidades. Somos levados a crer pelas Escrituras que podemos e devemos ter uma influência tal sobre nossos filhos que não é incomum que ela os conduza à salvação, com a bênção de Deus e o suporte da comunidade da aliança, conforme Gn 18: 16-19; 1 Tm 3: 4,5; Tt.1:6 e também 2 Tm. 3: 14,15.
Assim sendo, devemos saber que nossa ação ou inação bem pode conduzi-los à condenação. E, se falhamos em ouvir os avisos e a direção de Deus encontrados por toda a Escritura, no último dia não seremos autorizados para suplicar pelos decretos de Deus em nossa defesa!
Visto que o inferno é a eterna e atormentadora separação de Deus e do conforto, alguém poderia pensar que o mais fervoroso desejo de um pai seria educar seus filhos, rigorosa e conscientemente, para que escapassem da perdição e achassem refúgio e plenitude de vida em Deus através de Cristo e da aliança. Ainda assim, muitos são os que parecem considerar isto como sendo muito trabalhoso. Para aqueles tão completamente perversos a ponto de serem indiferentes à questão, eu apresento um método para fazer com que isto seja uma certeza. Aqui, através de 18 meios bem fáceis de seguir, está a fórmula comprovada de como mandar seus filhos para o inferno:
1) Crie seu filho para buscar seu próprio caminho. Ignore com todo seu coração o que J. C. Ryle aconselha em The Duties of Parents (Os Deveres dos Pais):
“Se você for educar seus filhos corretamente, então, em primeiro lugar, eduque-os no caminho em que devem andar e não no caminho em que eles escolheriam. Lembre-se: crianças nascem com uma inclinação decidida para o erro, e portanto, se você permitir que escolham por si mesmas, elas certamente escolherão errado”.
A mãe não pode dizer o que seu frágil infante será ao crescer: alto ou baixo, fraco ou forte, sábio ou tolo; ele pode ser qualquer uma destas coisas ou nenhuma delas, pois elas são incertas. Mas uma coisa a mãe pode dizer com certeza: ele terá um coração corrupto e pecador. É natural para nós portar-nos mal. “A estultícia”, diz Salomão, “está ligada ao coração da criança” (Pv. 22:15). “A criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe”(Pv. 29:15). Nossos corações são como a terra que pisamos; deixe-a abandonada e certamente produzirá ervas daninhas.
Se então, você for lidar de modo sábio com seu filho, não deve deixá-lo sujeito a sua própria vontade. Pense por ele, julgue por ele, aja por ele, do mesmo modo que você faria por uma pessoa fraca e cega; mas, pelo amor de Deus, não o entregue aos seus próprios gostos e inclinações voluntariosos. Não devem ser suas preferências e desejos que são consultados. Ele ainda não sabe o que é bom para sua mente e alma, mais do que o que é bom para seu corpo. Não o deixe decidir o que ele deve comer, o que ele deve beber, e como ele deve se vestir. Seja consistente, e lide com a mente dele da mesma maneira. Eduque-o no caminho que é bíblico e correto e não do jeito que ele imagina.
Se você não pode decidir-se a este primeiro princípio da educação cristã, é inútil continuar lendo. A vontade própria está perto de ser a primeira coisa que se manifesta na mente da criança, e precisa ser sua primeira resolução, resistir a ela.
Ignore este conselho se você for colocar seu filho rumo à destruição, e ao invés disto, ensine-lhe auto-estima positiva; ensine-o que o maior amor está dentro dele e que o mundo, de fato, gira ao seu redor”.
2) Nunca o discipline corporalmente. Os provérbios que sugerem punição corporal, são bárbaros e ultrapassados. Nós somos civilizados. Nós temos o Ano da Criança! Nós erguemos nossas consciências, não palmatórias! Provérbios 13:24 “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” está errado. Ignore-o. O 22:15 “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela”, também. E esqueça 23:13-14 “Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno”. Se você for tentado a discipliná-los corporalmente, tente estas desculpas: a) “Eu apanhei quando criança e não quero bater nos meus filhos”. Claro, que é o mesmo que dizer “Minha mãe era gorda, por isso eu não alimento meus filhos”; b) É contra a lei; c) Minha sogra não gosta disso. Seja criativo e pense em outras desculpas; você achará fácil criá-las.
3) Quase tão proveitoso quanto nunca discipliná-los é discipliná-los corporalmente insensata e/ou severamente. A correção bíblica é amorosa, firme e controlada. Excesso de correção bíblica o conduziria à outra direção.
4) Esta é a favorita de muitos pais: nunca use a Escritura na correção. Nunca explique para seus filhos qual é a vontade de Deus sobre o assunto. Não tome Deuteronômio 6: 4-9 literalmente (“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”).
5) Nunca admita que você está errado. Se você deseja que seus filhos cresçam descorteses e hostis, nunca os deixe vê-lo humilhado ou aceitando correção. Nunca lhes peça desculpas; nunca reprima seu orgulho.
6) Seja hipócrita. Esta é boa para lembrar. Ensine-os através das suas ações, que suas palavras não têm valor para você.
7) Instrua-os para escolher sua própria religião. Afinal, você não pode forçá-los a crer.
8) Não ore com eles ou por eles, pública ou privadamente. Se você precisa de uma desculpa, lembre que eles acharam graça de você da primeira vez que você tentou. Normalmente isto é suficiente para fazê-lo desistir.
9) Evite cantar salmos e hinos com seus filhos. Mas se por alguma razão você achar que deve, nunca lhes explique o sentido.
10) Responda cada pergunta religiosa com “Porque nós sempre fizemos assim”. Este é um dos meios mais eficazes de convencê-los que o cristianismo é meramente uma tradição e não a Verdade.
11) Não os previna sobre evolução ou outros mitos populares. Não os informe sobre heresias da história ou suas modernas iterações. Não lhes fale nada sobre teologias antagônicas e o porquê as igrejas ortodoxas as rejeitam.
12) Deixe-os expressarem-se de qualquer modo que escolherem, seja no seu jeito de vestir, no jeito que usam seu cabelo ou no seu linguajar. As novidades sempre devem ser seguidas. Se eles desejam tatuagens ou vários piercings, relaxe e aproveite. Não interfira. Afinal a vida é deles. E nunca olhe aquilo que eles lêem. Eles têm direitos, você sabe. Você não lê os boletins da ACLU (União Americana para Liberdades Civis)?
13) Não os faça trabalhar por nada. O amor, apesar de tudo, deve ser incondicional, certo? Então, lhes dê tudo e não espere nada. (Isto é exatamente o que você obterá).
14) Desde a infância, use uma linguagem simples ao falar com eles. Não espere que alcancem a maturidade e eles satisfarão suas expectativas!
15) Não os abrace ou beije ou lhes faça cócegas, e seja muito parcimonioso com respeito a lhes dizer que os ama. Evite por completo, se possível. Afinal, isto não é muito másculo.
16) Deixe-os mentir sem sofrer punição. Prove com isto que a verdade tem pouco valor em sua casa.
17) Deixe-os desperdiçar tempo, a esmo e sem propósito. Prive-os daquela idéia puritana que descansamos bem para melhor trabalhar. Tente incutir neles a moderna noção que trabalho existe a fim de custear nossa diversão nos fins de semana; damos duro para podermos “badalar”!
18) Mantenha a TV sempre ligada, especialmente durante os comerciais. Este é o meio mais fácil e certo de guiar seus filhos para o inferno. Pense! Ela pode ser pode ser o terceiro (e o único realmente presente) "pai" delas, e a sua melhor amiga. Duas horas na igreja aos domingos não terão um papel eficiente na formação do caráter delas, quando confrontadas com 25 horas de televisão. Todo absoluto, de qualquer fonte, será “relativizado” para sempre. A televisão tem sido a melhor amiga do diabo, então a deixe possuir a sala de estar e a cozinha também. Se possível, deixe-a ligada durante o jantar, assim ela pode reivindicar, sozinha, o título de senhora e mediadora da verdade em sua casa.
Se você seguir estes 18 passos, há pouca dúvida de que seu filho estará entre aquela população infernal.
Mas eu, particularmente, penso que você rejeitará toda esta horrenda insensatez acima e se curvará a mais solene responsabilidade que Deus já lhe deu: Ser pai e mãe. Se Deus nos concede a aptidão de conduzir nossas crianças à perdição, porque alguém duvidaria que Ele nos dá a habilidade, a responsabilidade, na verdade, o privilégio, de conduzi-los ao céu? Se nós fielmente seguirmos Seu método de criação de crianças da aliança, elas estarão entre a população celeste por toda a eternidade. Que incentivo à fidelidade!
A aliança continua por gerações, mas ela continua junto ao caminho da fidelidade, não o da presunção. Nós temos incomparavelmente grandes e preciosas promessas da parte de Deus, bem como admoestações. Ele nos exorta que não fazer nada é a coisa errada. Ensine a criança em seus próprios caminhos, e quando ela for velha, não se desviará dele. Mas Ele promete que fazer a coisa certa ocasionará a uma colheita de promessas cumpridas. Ouça Deus meditando consigo mesmo concernente a Seu amigo Abraão: “Porque eu o escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do SENHOR e pratiquem a justiça e o juízo; para que o SENHOR faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito” (Gênesis 18:19).
Esta promessa é para você e para seus filhos, e para tantos quantos o Senhor, nosso Deus, vier a chamar. É uma promessa com condições; que alegria é cumpri-las, visando a recompensa a que elas conduzem! Amém.

www.monergismo.com

sexta-feira, dezembro 12, 2008

OS MELHORES VIDEOS DO YOUTUBE

Normalmente passamos horas a fio frente a Tv e a internet, peço agora sua atenção para isto, iniciando pela visita neste site, http://www.boapessoa.com.br/, é um site questionário, muitas coisas podemos descobrir só respondendo e lendo cada pergunta, resposta e textos explicativos, veja todas as paginas e textos que serão requesitados, creio que lhe será muito util, veja tudo até o fim e nunca esqueça o grande amor de Deus. Seguem videos que são verdadeiras inspirações para a caminha cristã, vejam seriamente os videos, espero que assim como eu, vocês possam ser edificados para Glória de Deus. Não se preocupe em ve-los, ve-los e ve-los quantas vezes forem necessarios.
SEGUE LINK - POR FAVOR NÃO DEIXE DE VER NEM UM, SÃO EDIFICANTES E ACIMA DE TUDO, CRISTOCENTRICOS!
http://www.youtube.com/watch?v=8A1I7Asz8cU
http://www.youtube.com/watch?v=ZnH97YDdPB8
http://www.youtube.com/watch?v=4GJEvMq19Mw&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=3aFZbpJYVfg
http://www.youtube.com/watch?v=b_7AsRg1T1Q&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=_jBMRUiENZ8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=zdvXqO7aBBo&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ObQ0Dtoav6Y&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ggs4luij84w
http://www.youtube.com/watch?v=Jfqx041Pxt8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=GwoUIAlBa8c
http://www.youtube.com/watch?v=jZ9V7YqINe4&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=s6jchHsw-n8

segunda-feira, dezembro 01, 2008

Minha Passagem pelo Movimento de Crescimento de Igrejas.

Há pouco tempo, um amigo ouviu este admirável comentário de um membro de uma grande igreja evangélica que está crescendo rapidamente: "Temos um pastor maravilhoso! Ele realmente prega a Palavra; fala contra o pecado, chamando-o pelo seu nome".Quando meu amigo perguntou sobre o conteúdo doutrinário das mensagens ("O pastor fala sobre doutrinas como regeneração, justificação, redenção, santificação e outras semelhantes?"), a enfática resposta foi: "Não, ele não prega a respeito desse tipo de coisas!"Como podemos harmonizar uma igreja crescente, com a falta de ensino doutrinário na pregação? Se doutrinas não estão sendo ensinadas, pode qualquer igreja considerar que está em harmonia com o padrão do Novo Testamento? Esta era a situação em que eu me encontrava há alguns anos passados.Retornando à Escola:Em meu terceiro pastorado, senti-me desanimado diante da falta de crescimento numérico em nossa igreja. Havia participado de conferências e seminários que promoviam crescimento, crescimento, crescimento como o objetivo final para os pastores. Ouvi pastores respeitados em nossa denominação e, com freqüência, desejava que a minha igreja tivesse o mesmo tipo de crescimento que as igrejas deles haviam experimentado. Por fim, meu desânimo levou-me a agir. Após algumas mudanças radicais na organização de nossa própria igreja, vi o número de membros aumentar. Estava satisfeito e motivado para buscar mais crescimento. Não sou muito a favor de realizar as coisas pela metade; por isso, conclui que a melhor mudança a fazer seria estudar o crescimento de igreja, em sua fonte, o Seminário Teológico Fuller, em Passadena (Califórnia). O primeiro seminário, de duas semanas, incluso no programa de Bacharel em Ministério, no Fuller, foi ministrado por C. Peter Wagner, o principal porta-voz do Movimento de Crescimento de Igrejas. Este havia sido missionário na América do Sul e retornou à universidade em que estudara para ensinar juntamente com o falecido Donald McGavran. Enquanto McGavran, que fora missionário na Índia, é bem conhecido como o "pai do Movimento de Crescimento de Igrejas", Peter Wagner certamente possui o título de ser o melhor proponente desse Movimento. Em preparação para este seminário, li diversas obras escritas por Wagner e por outros autores do Movimento.Achei Wagner um professor interessante que se apresentava bem, alguém capaz de produzir animadas discussões em sala de aula. Munido de transparências e grande quantidade de anotações, Wagner começou a esclarecer aos alunos os princípios básicos do Movimento. O pragmatismo pode resultar em crescimento numérico, mas não pode regenerar um homem incrédulo. Percebi que estava aceitando cada palavra falada na aula, embora, às vezes, ficasse apreensivo diante de algumas afirmativas. Wagner jamais recuava quando, na classe, era confrontado por causa de discordâncias, ainda que estas fossem freqüentes. Ele afirmava que as críticas e a correção eram bem-vindas para o Movimento de Crescimento de Igrejas, pois constituíam a melhor maneira de aprimorá-lo.Continuei meus estudos, no Fuller, com grande ênfase em crescimento e implantação de igrejas. Mais da metade do tempo de nossa aula dedicava-se a estudar o crescimento de igreja. Wagner ministrava as principais aulas; o outro professor era John Wimber, o fundador das igrejas Vineyard. Este ensinava sobre o controverso assunto de "sinais e maravilhas" e sua relação fundamental no crescimento de igreja. Por ocasião de minha formatura, estava completamente encharcado com a "filosofia do Movimento de Crescimento de Igrejas" e a ampla influência deste sobre o evangelicalismo.Muito do que aprendera era simplesmente trivial. Detalhes acerca do estacionamento, preparo de equipe adequada, localização, otimização no uso de equipamentos, treinamento de liderança leiga, utilização de dons espirituais e diagnóstico de fraquezas de igrejas constituem assuntos que podem ser facilmente encontrados em livros sobre crescimento de igrejas. Este ensino pode tornar-se útil a qualquer líder de igreja. As igrejas devem ter sabedoria para se avaliarem por si mesmas.O Movimento de Crescimento de Igrejas também fornece uma boa análise sobre a fraqueza das cruzadas evangelísticas e sobre a grande eficácia do evangelismo pessoal. Coloca ênfase sobre alcançar os "campos que estão brancos para a ceifa", em esforços para atingir os perdidos e fazer as igrejas crescerem. Uma intensa ênfase sobre "fazer discípulos", em contraste com o simples "evangelizar", ajuda a corrigir a atitude de inchar o rol de membros da igreja com pessoas não-convertidas. As estatísticas fornecidas pelos líderes do Movimento podem dar às igrejas uma melhor assimilação da necessidade espiritual dos povos.Pouco a pouco, comecei a perceber as falhas em meu próprio ministério e em todo o Movimento de Crescimento de Igrejas. Embora tenha encontrado muitas idéias úteis ao estudar sobre o Movimento de Crescimento de Igrejas, também percebi que estava envolvido em uma "mentalidade" cujo preço comprovou-se elevado. Edificar uma igreja seguindo os "princípios do Movimento de Crescimento de Igrejas" significava anuência ao pragmatismo, ao invés de ao cristianismo bíblico. O pragmatismo pode resultar em crescimento numérico, mas não pode regenerar um homem incrédulo. Na qualidade de pragmatista, estava interessado em descobrir métodos e artifícios que produziriam crescimento e em utilizá-los plenamente em nossa igreja. Mesmo acreditando na pregação expositiva, diminui a exposição da Palavra e segui com intensidade o apelar às necessidades sentidas da comunidade. Isto era justificável (ou assim eu pensava), pois estaria construindo uma grande igreja.Reconsiderando os Princípios do Movimento de Crescimento de Igrejas:Lembro-me de, em certa noite, ter visitado um estudante de teologia que estivera em nosso culto. Ele perguntou qual era a minha teologia. Respondi: "Tenho uma teologia pragmática. Quero uma teologia que funciona". Mais tarde, fiquei bravo enquanto um amigo contava-me que aquele estudante lhe dissera após minha visita: "Phil não possui uma teologia". Infelizmente, ele estava correto e isto mostrava de que maneira eu estava "realizando o ministério".
Pouco a pouco, comecei a perceber as falhas em meu próprio ministério e em todo o Movimento de Crescimento de Igrejas. No cerne do ensino de Wagner e do Movimento de Crescimento de Igrejas encontram-se princípios relacionados ao evangelismo. Wagner tem promovido de modo admirável o trabalho de evangelismo como sendo um dos mais importantes na igreja local. Quando a maneira de pensar de Wagner sobre evangelismo é examinada à luz das Escrituras, surgem algumas questões sérias. Ele divide o evangelismo nas seguintes categorias (Church Growth: State of the Art, editado por C. Peter Wagner, com Win Arn e Elmer Towns, Wheaton, Tyndale House Publishers, 1988, pp. 296-297):
1. Evangelismo de Presença. Aproximar-se das pessoas e ajudá-las, fazendo o bem no mundo. Designado evangelismo "l-P".2. Evangelismo de Proclamação. Apresentar o evangelho; a morte e a ressurreição de Cristo é proclamada; as pessoas ouvem e podem responder. Designado evangelismo "2-P".3. Evangelismo de Persuasão. Fazer discípulos; enfatiza a importância de não fazer separação entre o evangelismo e o acompanhamento, integrando a pessoa ao Corpo de Cristo. Designado evangelismo "3-P".
Wagner ressalta que todos os três tipos de evangelismo são importantes, mas o objetivo tem de ser a realização do evangelismo "3-P".Poucos discordariam do fato que o evangelismo "1-P" não pode adequadamente anunciar o evangelho ao incrédulo; e que sem a presença visível daqueles que foram despertados pelo evangelho, todo o outro evangelismo seria anulado. O maior problema surge no entendimento de Wagner referente ao evangelismo "2-P". De acordo com a definição, parece ser mais do que uma pregação ou um testemunho verbal dos fatos do evangelho. Por conseguinte, o incrédulo pode determinar se os fatos apresentados são dignos de sua decisão de aceitar o evangelho.O evangelismo "3-P" constitui o ponto central dos proponentes do Movimento de Crescimento de Igrejas. Realmente envolve tanto a presença quanto a proclamação, mas isto não é tudo. O evangelista precisa usar todos os meios à sua disposição para persuadir o incrédulo a converter-se de seu pecado e crer em Jesus, de modo que torne-se um discípulo.Em suas aulas, Wagner serve-se da palavra grega peitho e seu emprego no livro de Atos. Ele cita Atos 13.43; 17.4; 18.4; 26.28 e 28.23-24, onde peitho é utilizada como uma referência ao apelo evangelístico. Wagner constantemente retrata esta palavra com o significado de "persuadir". Portanto, o evangelismo adequado é o evangelismo de persuasão.O Novo Testamento está repleto de passagens referindo-se ao trabalho de evangelismo. Existem vários problemas na dedução de Wagner extraída destas passagens do livro de Atos.
Em primeiro lugar, não é sábio elaborar uma teologia sobre uma parte histórica das Escrituras, a menos que não haja quaisquer passagens didáticas ou instrutivas falando sobre aquele assunto. O Novo Testamento está repleto de passagens referindo-se ao trabalho de evangelismo. A mais notável é a evidente explicação do apóstolo Paulo sobre o seu método de evangelizar: "Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O JUSTO VIVERÁ POR FÉ" (Rm 1.16-17). Paulo declarou que o evangelho é bastante adequado por meio da obra do Espírito Santo em trazer o homem a um salvífico conhecimento de Cristo. Os primeiros discípulos jamais anunciaram insensivelmente o evangelho! Em 1 Coríntios 2.4-5, Paulo destacou que procurava anunciar o evangelho no poder do Espírito Santo, ao invés de utilizar as técnicas comuns que os gregos empregavam para controlar a mente - "A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva [peitho, no grego] de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus". Paulo também argumentou que os cristãos devem viver de tal modo a realidade do evangelho, que parecerão como "luzeiros no mundo", isto corresponde ao evangelismo "1-P", de acordo com a definição de Wagner. Logo em seguida, o apóstolo mostra o método apropriado de evangelismo - "preservando a palavra da vida", que mostra o crente na posição de alguém que apresenta (isto é, "proclama") aos homens incrédulos a verdade da Palavra de Deus, a qual outorga vida (Fp 1.15-16).
Em segundo, o fato de Wagner utilizar peitho como base para o evangelismo de persuasão é extremamente fraco. Limitar esta palavra a apenas um significado demonstra uma falta de entendimento da amplitude da língua grega. Embora peitho seja traduzida "persuadir", em diversas passagens, também pode ser melhor traduzida por "instigar", "convencer", "seduzir", "suplicar" e, ainda, "subornar", em outros casos. O contexto determina a melhor tradução da palavra. Os primeiros discípulos... eram apaixonados pela verdade que havia transformado suas vidas. Lucas, o escritor de Atos, utilizou peitho para referir-se a certo tipo de metodologia persuasiva usada por Paulo ou outros dos primeiros discípulos? Obviamente, Lucas jamais desejaria empregar manipulação, artimanha ou engano na obra de evangelismo (ver o uso de peitho em Atos 12.20, 14.19 e 19.26, onde as idéias de "seduzir" e "subornar" são transmitidas no texto grego desses versículos). Fazer isto seria negar a necessidade da obra do Espírito Santo, a qual precisa estar no centro do verdadeiro trabalho de evangelismo (Rm 8.9, 12-17; 1Ts 1.4-5). Paulo compreendia que os pecadores compareceriam diante do Deus justo e santo, por isso se esforçava para "conquistar os homens para Cristo". Em Atos 13.43, a Bíblia "Almeida Revista e Corrigida" traduz corretamente peitho pelo vocábulo "exortar", mostrando que Paulo e Barnabé utilizaram os melhores poderes de argumentação e seu amor pela verdade, a fim de exortar os ouvintes a "perseverar na graça de Deus". Em Atos 17.4, "persuadidos" implica em que os tessalonicenses foram convencidos das coisas que Paulo e Silas haviam proclamado. Lucas já havia afirmado que Paulo "arrazoou com eles, acerca das Escrituras, expondo e demonstrando ter sido necessário que o Cristo padecesse e ressurgisse dentre os mortos" (17.2-3). Essas palavras descritivas demonstram que ocorreu um intenso intercâmbio intelectual, quando os mensageiros utilizaram as provas das Escrituras, uma série de perguntas e respostas ("arrazoou", no grego, dialegomai), e toda a sua capacidade de questionamento, para convencê-los da verdade. Paulo e seu companheiro, com muito ardor, anunciaram a Palavra de Deus àquelas pessoas incrédulas, apelando, com a verdade, às suas mentes (ver também Atos 18.4 e 28.23, onde peitho é mais naturalmente traduzida por "persuadir").
Em terceiro, a idéia do evangelismo "3-P" sugere que a proclamação no evangelismo "2-P" carece do poder de persuasão. Os primeiros discípulos jamais anunciaram insensivelmente o evangelho! Eles eram apaixonados pela verdade que havia transformado suas vidas. A sua apresentação do evangelho continha uma argumentação consistente e lógica. Eles apelavam à mente dos incrédulos, ao invés de procurarem manipular uma "decisão por Cristo", recorrendo, em primeiro lugar, à vontade e às emoções. A passagem de Atos 17 mostra isso de maneira conclusiva, assim como toda a narrativa do livro. Paulo... procurava os perdidos, anunciava-lhes com intenso amor o evangelho, mas dependia do poder do Espírito Santo para salvá-los.
No século 19, Charles Haddon Spurgeon foi conhecido como o supremo exemplo de um verdadeiro evangelista. O alcance de seu evangelismo tornou-se mais amplo do que o de qualquer outro em seus dias. Ele poderia ter sido acusado de usar de manipulação ou métodos emocionais de evangelismo centralizados no homem. Todavia, ninguém o acusaria de proclamar o evangelho sem amor e persuasão. O próprio evangelho, ao ser anunciado de maneira correta, é persuasivo! E este evangelho, quando crido para a salvação, devido à obra de regeneração realizada pelo Espírito Santo, produz verdadeiros discípulos. O verdadeiro evangelismo se esforça por anunciar, com amor e clareza, todo o evangelho de Cristo, na dependência do Espírito Santo para salvá-los. Finalmente, ao mesmo tempo em que concordo com Wagner, ao afirmar que temos de ser persuasivos ao apresentar o evangelho, a ênfase dele coloca indevida confiança na habilidade do evangelista para realizar conversões. Tal confiança não corresponde ao ensino das Escrituras (ver 1 Co 2.1-16; cf. também a excelente discussão de Iain Murray sobre este assunto, em Revival and Reavivalism [Avivamento e Avivalismo], Banner of Truth Trust, 1994, pp. 161, ss.). O apóstolo Paulo estava tão dominado pela certeza do julgamento divino, que afirmou: "Conhecendo o temor do Senhor, persuadimos os homens" (2 Co 5.11). O significado natural deste versículo é este: Paulo compreendia que os pecadores compareceriam diante do Deus justo e santo, por isso se esforçava para "conquistar os homens para Cristo". Ele procurava os perdidos, anunciava-lhes com intenso amor o evangelho, mas dependia do poder do Espírito Santo para salvá-los. Aqueles que o Espírito salvasse inevitavelmente se tornariam parte da igreja visível.O verdadeiro evangelismo se esforça por anunciar, com amor e clareza, todo o evangelho de Cristo, na dependência do Espírito para salvá-los. Esse evangelismo resultará na obra de integrar o novo crente à igreja. A disparidade ocorre quando o evangelista considera a si mesmo e aos seus métodos como chaves para a salvação dos homens, ao invés da obra regeneradora da parte do Espírito Santo. Somente por meio do ato regenerador proveniente do Espírito Santo, o pecador realmente pode ter uma mudança de natureza.Wagner fundamenta sua classificação de evangelismo na "Escala de Engel" , que é um "modelo do processo de decisão espiritual" desenvolvido por James Engel. A escala tem uma série de números negativos e positivos que descreve o processo de evangelismo:
-8 Consciência de um Ser Supremo, mas não um conhecimento eficaz do evangelho.-7 Conhecimento inicial do evangelho.-6 Conhecimento dos fundamentos do evangelho.-5 Assimilação das implicações do evangelho.-4 Atitude positiva para com o evangelho.-3 Reconhecimento do problema pessoal.-2 Decisão de fazer algo.-1 Arrependimento e fé em Cristo.Regeneração - Uma "Nova Criatura"+1 Avaliação após a decisão.+2 Integração no Corpo+3 Início do crescimento informativo e comportamental.
O problema básico na "Escala de Engel"é a reversão da ordem bíblica referente ao arrependimento e fé em Cristo e à Regeneração - uma "Nova Criatura". Seguindo a lógica desta escala, alguém poderia imaginar que um pecador precisa apenas começar a entender as implicações fundamentais do evangelho, reconhecer seu "problema pessoal" (uma maneira amena de se transmitir a idéia de "pecado") e tomar a decisão de ser salvo. Aquilo que Wagner admite concernente à regeneração implica em que um pecador não tem de ser totalmente depravado ou morto em seus delitos e pecados.Ao contrário disso, a regeneração antecede o arrependimento e a fé, conforme está claramente ensinado nas Escrituras, em muitas passagens que falam sobre a regeneração (observe os seguintes versículos que a ela se referem: Tito 3.5, onde o vocábulo grego paliggenesia significa "um novo nascimento"; Efésios 2.5 e Colossenses 2.13, sunezoopoisen significa "vivificar juntamente com"; João 3.3 e 5, gennao significa "ser nascido, gerado"; Tiago 1.18 apekuasen significa "dar à luz", "gerar"). "Nenhum rio pode, de si mesmo, correr em uma direção mais elevada do que sua nascente..."A grande premissa de Wagner é esta: se o incrédulo for persuadido a tomar a decisão de se arrepender e crer, então será regenerado. A atitude do pecador, por conseguinte, causa a sua própria regeneração. Ele tem a capacidade de fazer uma escolha voluntária e apropriada em relação ao evangelho, se receber evangelismo de persuasão ou "3-P". De que maneira a natureza do pecado o torna bastante capaz de arrepender-se e crer? Se o problema espiritual do pecado resulta não somente de seu comportamento pecaminoso mas também de sua natureza corrupta, concluímos: até que sua natureza seja mudada, ele não haverá de arrepender-se e crer; fazer isto será contrário à sua própria natureza. Além disso, como pode um morto vivificar a si mesmo (o que ocorre na regeneração)? Isto é apresentado com clareza em Efésios 2.1-5, onde Paulo afirma duas vezes que a pessoa não-regenerada está morta. "Se o homem está realmente morto em delitos e pecados, ele é incapaz de manifestar qualquer virtude que contenha, em si mesma, o elemento da verdadeira santidade ou vida espiritual." C. R. Vaughan, em The Gifts of the Holy Spirit (Os Dons do Espírito Santo), explica a incapacidade do homem em libertar-se de sua natureza pecaminosa e seguir a fé, o arrependimento e a santidade: "Nenhum rio pode, de si mesmo, correr em uma direção mais elevada do que sua nascente; nenhuma natureza pode transcender a si mesma na manifestação de suas energias. Se o homem está realmente morto em delitos e pecados, ele é incapaz de manifestar qualquer virtude que contenha, em si mesma, o elemento da verdadeira santidade ou vida espiritual" (Banner of Truth Trust, 1984, p. 175). Contudo, no paradigma de Wagner, o evangelista tenta convencer um pecador a fazer algo que não deseja. Sua natureza exige que ele se rebele contra o evangelho, ao invés de aceitá-lo. Somente por meio do ato regenerador proveniente do Espírito Santo, o pecador realmente pode ter uma mudança de natureza; isto o leva a perceber que está separado de Deus, por causa do pecado, e, em seguida, a apropriar-se da obra propiciatória de Cristo em favor dele, de modo que, com alegria, ele se arrepende e crê em Cristo. Assim como no vale de ossos secos contemplado por Ezequiel, o pecador está morto para as coisas de Deus, até ser despertado pelo Espírito, que outorga a vida, no novo nascimento (compare João 3.1-7 com Ezequiel 37, onde "o Espírito" e "o vento" referem-se à mesma Pessoa divina e sua obra).A prioridade no evangelismo "3-P", do Movimento de Crescimento de Igrejas, demonstra que o evangelismo "2-P" não é capaz de realizar a obra. O evangelismo de proclamação apenas abre a porta para fazer a luz do evangelho entrar, de modo que o incrédulo possa ouvi-lo bem, mas fica aquém de se tornar um discípulo. O evangelista tem de utilizar os métodos, as abordagens e as técnicas corretas para realmente fazer um discípulo. Precisa apelar às necessidades sentidas do pecador, para que este se interesse pelo evangelho.Neste ponto, o Movimento apresenta um amplo conjunto de princípios e axiomas que, empregados corretamente, podem quase garantir os resultados. O Movimento de Crescimento de Igrejas prosperou fundamentado nesse ponto de vista extremamente arminiano acerca do evangelismo. Seminários, conferências, palestras, livros, módulos com esse tipo de abordagem inundaram o cristianismo evangélico. Os crentes de todas as denominações estão utilizando os princípios do Movimento de Crescimento de Igrejas para conquistar grandes números e estabelecerem igrejas enormes. A proclamação da Palavra de Deus não possui mais o lugar central nessas igrejas. O ensino da sã doutrina é considerado algo desnecessário e antiquado. Em seu lugar, métodos e grandes realizações se tornaram o atrativo para as pessoas freqüentarem as igrejas e decidirem tornar-se membros delas. Enquanto estas igrejas falam sobre a obra do Espírito Santo, negligenciam sua dependência da obra regeneradora proveniente dEle.Revolução Teológica Após concordar com a teologia bíblica dos fundadores de nossa denominação, comecei a duvidar dos princípios do Movimento de Crescimento de Igrejas, os quais eu havia aprendido. Enquanto estudava e pregava expositivamente sobre Efésios, todo o meu conceito acerca daquele Movimento foi estilhaçado pela verdade da Palavra de Deus. Estudando, com intensa meditação, Efésios 1.1-14, durante um período de dois meses, tive de concordar com algumas doutrinas que, durante alguns anos, eu evitara cuidadosamente. Pensei muito sobre a soberania de Deus e a depravação do homem, crendo nessas verdades tanto quanto podia entendê-las. Porém, deixara de perceber que, se acreditava no ensino bíblico a respeito da soberania de Deus e da total depravação do homem, a conclusão lógica a que eu deveria chegar era o equilíbrio das "Doutrinas da Graça", que Edwards, Whitefield, Spurgeon, Boyce e outros ensinaram. Qualquer coisa inferior a isso retrataria Deus como alguém não completamente soberano, e o homem, não totalmente depravado.Minha teologia precisava determinar minha atitudes no ministério e vida diária. Por conseguinte, deparei-me com a pergunta: se a conversão é totalmente uma obra da graça divina, então quem sou eu para imaginar que minhas técnicas e métodos podem converter uma alma sequer? Compreendi que minha teologia precisava determinar minha atitude no ministério e vida diária ou seria um hipócrita em ambos. Comecei a abandonar a maioria dos ensinos que havia recebido em meus anos de estudo no Movimento de Crescimento de Igrejas (exceto os princípios de bom senso e aqueles apresentados claramente nas Escrituras). Procurei concentrar-me em ensinar a Palavra de Deus, com clareza, pureza e amor, abordando as doutrinas encontradas nos textos dos sermões de cada semana. Voltei à minha tarefa de pregação com uma nova convicção de pregar "todo o desígnio de Deus".
Essa radical mudança na teologia aconteceu no outono de 1990. Precisava participar de dois seminários para meu diploma de bacharel, mas alegremente eu os dispensei em troca da bênção de passar quinze meses estudando Efésios. A cada semana examinando o texto grego, lendo Martin Lloyd-Jones, John MacArthur, Leon Morris, John Stott e outros forneceu-me um claro entendimento de toda a gloriosa mensagem de redenção. Voltei à minha tarefa de pregação com uma nova convicção de pregar "todo o desígnio de Deus" (At 20.27). Sabia que nem todos receberiam com satisfação aquilo que eu estava pregando, mas tinha a responsabilidade de, paciente e transparentemente, anunciar a Palavra, deixando o Espírito fazer a obra necessária.Esta mudança aconteceu com a aprovação de todos em nossa igreja? Absolutamente, não! Na verdade, descobri uma disposição em muitos que sentiam intenso desejo para que a verdade de Deus fosse proclamada sem apologia ou temor dos homens. Alguns adquiriram uma maravilhosa liberdade de andar na verdade de Deus. Outros lutaram contra a Palavra de Deus, perseverando com firmeza em crenças que haviam sido danificadas pela experiência e pelas tradições.Descobri que afastar-me das práticas do Movimento de Crescimento de Igrejas, para realizar um ministério de acordo com o legado dos fundadores de nossa denominação, poderia não alcançar as massas (embora esteja orando e esperando para ver muitos virem a Cristo e serem trazidos à igreja). Em alguns casos, realmente enfrentamos oposição. Todavia, a grande motivação do meu coração e mente é que um dia terei de responder ao soberano Senhor pela maneira como realizei minha chamada. Minha observação é que muito freqüentemente os pastores conduzem seus ministérios de acordo com as expectativas de outros. A pressão exercida sobre os ministros, para que edifiquem igrejas enormes, conquistem grandes números de ouvintes e produzam uma multidão de convertidos constrange alguns a beberem tudo que procede das fontes do Movimento de Crescimento de Igrejas. Quando isso acontece, o ministro inevitavelmente compromete sua responsabilidade de pregar a Palavra e depender da obra do Espírito Santo. Ele corre de uma técnica para outra, agarrando cada nova idéia vinda dos proponentes do Movimento.
Qual é a motivação do ministro do evangelho para fazer tudo o que ele faz? É realmente a glória de Deus e o amor pelo seu reino? Alguns podem admirar-se de mim e perguntar: "Você acredita em crescimento de igreja?" Com certeza, eu acredito. Desejo muito ver o crescimento realizado pela obra do Espírito Santo e a proclamação fiel da Palavra de Deus. Porém, se a Palavra e o Espírito não podem realizá-lo, não o quero! De fato, um dia, eu creio, nosso Senhor se deleitará em agir sobre nossa congregação e comunidade com poder, e esse poder despertará os homens. Então, eles saberão que a salvação dos pecadores não vem por meio de nossas técnicas perspicazes, nem por implementarmos os princípios de crescimento de igreja, e sim pela soberana graça do todo-glorioso Deus.
Deus não pode enviar a uma nação ou a um povo maior bênção do que dar-lhes ministros fiéis, sinceros e retos, assim como o maior anátema que Deus possa dar ao povo deste mundo é dar-lhes guias cegos, não-regenerados, carnais, mornos e ineptos. George WhitefieldO fato é que muitos gostariam de unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens quanto à sua existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem outras coisas que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da tolice. Charles Haddon Spurgeon.
autor: Phil A. Newtontradutor: anônimo
http://www.monergismo.com/