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segunda-feira, abril 14, 2008

Éfeso: Ortodoxia Carente de Amor

Written by Misael on 31 Março, 2008 – 4:51 pm
Se não tiver amor, nada disso me aproveitará (Apóstolo Paulo, 1Co 13.3).
Carta à Igreja de Éfeso (Ap 2.1-7)
[1] Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro:
[2] Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; [3] e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.
[4] Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. [5] Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas. [6] Tens, contudo, a teu favor que odeias as obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.
[7] Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus.
A primeira das sete cartas do Apocalipse descreve uma igreja que convivia com uma situação de incoerência entre prática e doutrina. Exteriormente a comunidade de Éfeso tinha vários motivos para ser louvada e apreciada:
Ela era uma igreja ativa. Isso transparece por duas expressões: “labor” no v. 2, que significa trabalho duro e “perseverança” no v. 3, que, no texto grego significa, literalmente, trabalho extenuante, esgotamento. Os efésios trabalhavam com afinco para o Senhor. Suas atividades eram numerosas e extensas, ao ponto de gerar esgotamento físico, mental e emocional. Nos dias de hoje, quem sabe, teriam cultos todos os dias nos períodos diurno e noturno, vários programas de rádio e TV, ministérios diversificados, um eficiente serviço de ação social e uma imagem que impactaria a sociedade em redor.
Era uma igreja corajosa, pois aqueles cristãos praticavam a perseverança, indignavam-se contra os homens maus e tinham coragem de enfrentá-los (v.2). Formavam um grupo de crentes zeloso e viril, disposto a ir até as últimas conseqüências de sua fé (v. 3).
Outra característica daquela congregação era a sua ortodoxia. Os efésios possuíam acurado discernimento espiritual, ao ponto de testar os falsos apóstolos e declará-los mentirosos. Eles não davam pulinhos e gritavam aleluias enquanto os falsos mestres ensinavam heresias, como vemos acontecer em tantas igrejas de hoje. Pelo contrário, eram firmes e dogmáticos em sua crença. Haviam ultrapassado a fase de “meninos agitados de um lado para outro por todo vento de doutrina” (Ef 4.14). Eram pessoas adultas, amadurecidas. Tanto sua pregação quanto seu ensino eram sólidos e firmemente alicerçados na Palavra de Deus.
Outra preocupação daqueles irmãos era com relação à santidade. Eles odiavam “as obras dos nicolaítas” (v. 6) . Isso quer dizer que eles não eram relaxados em seu viver diário, mas profundamente dispostos a uma consagração contínua ao Senhor.
Qual era então o problema daquela igreja? “Tenho porém contra ti que abandonaste o primeiro amor”, diz Apocalipse 2.4.
Tenho ouvido mensagens que consideram que esse primeiro amor diz respeito ao ânimo ou fervor dos crentes. Argumenta-se que pessoas que antes evangelizavam já não evangelizam mais. Alguns que participavam dos cultos de oração não comparecem mais. Crentes antes fervorosos agora estão desanimados. Isso é sinal de que houve um abandono do primeiro amor. O retorno a esse amor, conforme apelam tais mensageiros, consiste em retornar à rotina de maior atividade para o reino de Deus. Observemos que não há base para afirmarmos que a igreja de Éfeso era desanimada ou inativa. Aqueles cristãos sabiam o que é trabalhar no reino de Deus exaustivamente.
O que faltava aos efésios era o amor fraternal. Apesar de todo o seu esforço, equilíbrio e dedicação, eles haviam deixado de amar uns aos outros. Por isso eles perderam a identidade de discípulos e anularam a eficácia do seu testemunho (Cf. Jo 13.35; 17.21).
O amor é a seiva essencial que vivifica a doutrina e torna legítimas todas as realizações. Sem ele tudo é inútil (1Co 13.1-3).
Esta primeira carta é uma séria advertência às igrejas que promovem uma espiritualidade ativista mas vazia de conteúdo afetivo-relacional. Cada igreja deve ser uma comunidade, e essa palavra denota que as pessoas que dela participam possuem “tudo em comum” (At 2.44; 4.32). Comunidade implica em comunhão. As pessoas precisam conhecer-se e entrelaçar-se umas com as outras nos profundos laços da irmandade santa. É necessário que choremos e nos alegremos uns com os outros. É vital que confessemos uns aos outros os nossos pecados, que compartilhemos as cargas, que preservemos a unidade e nos estimulemos mutuamente à prática das boas obras (Rm 12.9, 10, 13, 15; Gl 6.1-5; Hb 10.23-25; Tg 5.13-16). Amar incondicionalmente aos nossos irmãos é uma tarefa que exige esforço (Ef 4.1-3). Os que a realizam são verdadeiros vencedores (Ap 2.7).
Cristo chama os seus seguidores a se arrependerem de sua indiferença e voltarem à prática do amor. A igreja que não se dispuser a isso será eliminada, o seu candeeiro será “removido” (v. 5). Isso porque quando deixa de existir amor numa igreja, esta, na verdade, deixa de ser igreja. Torna-se clube religioso, representação oca e falsa de uma essência espiritual que não existe mais. A vida em Cristo torna-se um “compromisso” de dedicação rotineiro, onde as obrigações são cumpridas, os sacrifícios e rituais são realizados, mas a misericórdia e o amor são esquecidos e não há mais envolvimento entre mim e o meu irmão. Deus nos perguntará: “Onde está o teu irmão?” e nós responderemos: “Não sei; acaso sou eu tutor de meu irmão?” (Gn 4.9). Essa indiferença, que é a mais sofisticada expressão do ódio e do individualismo egoísta, sempre ocorre depois que assassinamos o irmão dentro de nossos corações (1Jo. 3.15).
Essa expressão cúltica indiferente à vivência do relacionamento comunitário é uma característica do paganismo. O pagão sobe ao altar do seu falso deus e oferece seu sacrifício, retornando para a sua vida individualista sem preocupar-se com o amor incondicional ao próximo. A vida comunitária nos moldes do amor sacrificial é exclusiva da religiosidade judaico-cristã. Os cristãos amorosos, os vencedores, comerão da “árvore da vida que se encontra no paraíso de Deus” (v. 7). Essa “árvore” é um símbolo para o restabelecimento da comunhão existente antes da queda. Além disso ela é um elemento de contraste, pois “em Éfeso era adorada uma árvore sagrada” (ELLUL, 1979, p. 142).
Referência Bibliográfica
ELLUL, Jacques. Apocalipse: Arquitetura em movimento. São Paulo: Paulinas, 1979.

2 comentários:

Anônimo disse...

A paz
Achei sua visão muito interessante,e vi que vc tem uma percepção aguçada sobre a palavra do Senhor.Mas o Que tenho contra ti(kkk,não me leve a mal)É que o amor fraternal no texto da igreja de éfeso não é o centro.O cENTRO É QUE ELES ABANDONARAM O MELHOR AMOR A PALAVRA AÍ É PRÓTEN O amor mais especial o relacionamento primiordial a fonte.Eles tinham td mas se esqueçaram do relacionamento intimo com o Senhor.Se mudassem poderiam comer da arvore .E comer significa intimidade.....Entrarei e cearei com ele.......mAS PARABÉNS continue firme e sempre alerta.Apenas uma correção em Cristo.
mAURO rEZENDE

VIVENDO E APRENDENDO COM DEUS! disse...

grato pelo comentário, quando puder me ajude...! PAZ!!!!!